Tuesday, March 1

Debruço-me sobre a tua pele como um factor exigente no júri da tua voz. Única, perigosamente calada. O teu olhar faz frente a um conflito com a fuga seduzindo um confronto raramente evitado. Ausência de agitação. O sossego é um preconceito interior cheio de desvios uma surdez teimosa da qual não queres abdicar. A tua ficção é uma maneira de me dizer adeus sem que te oiças: ecoa, chega, devagar… e dou um passo atrás depois de me ter convencido ao fim de muitas migrações psicológicas que o anterior era o último. A surdez é uma coisa terrível, insiste em perturbar-nos o equilíbrio como álcool no sangue – não se sente até acordarmos amarrados a uma teia cordialmente envenenada. E é tão doce… Irra a tentação que é tão fácil trincar. Nem sempre quando tropeçamos caímos nas ruas da amargura; é preciso reflectir e anotar aquilo que nos arrancam com um diagnóstico ao nosso cérebro depois das acções chantageadas que nos fazem faltar à dose recomendada de curiosidade.
Tenho cicatrizes a giz recebidas com louvores e discursos sepultadas no corpo. Apagam-se e tornam a voltar. Como num quadro negro. Branco no escuro. São climas amontoados, sátiras alucinógenas que perturbam a linearidade do pensamento e que, de uma maneira ou de outra, enfraquecem a claridade da alma.

1 Teardrops:

Anonymous Anonymous said...

Porque é que as raparigas giras são sempre tão complicadas? Não penses mais nisso...

9:36 PM, March 09, 2011  

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