starry eyed
Desatinamos tanto no último dia. Talvez por não sabermos despedir-nos.
Não são pessoas de se expor em palavras. Parece-me que a palavra cai pior no estômago do que o gesto. A maioria memoriza o discurso e no entanto rejeita a linguagem gestual, a tal transmissão com mais informação que soletrar qualquer alivio.
Ultimamente encontrávamos-nos ao final da manhã num terraço com uma mesa particular. A pedra era cor de tijolo, confortável para se andar descalço e respirar do Verão. A sombra era suficiente para nos proteger dos longos serões onde acordávamos pela segunda vez. Tínhamos direito a um pequeno-almoço ilustre, a mais nobre das refeições: tudo era fresco e o raiar era ainda arrefecido pela neblina que participava o surgir do dia. Os seus olhos brilham sobressaindo-lhe o estado de espírito. A mesa servia de sala de convívio e tornava-se num dormitório para as noites de molho, quentes, sem vontade de dormir. À medida que os dias passavam as cadeiras iam ficando ocupadas até não sobrar uma vaga nos lugares que eram instintivamente preenchidos. Elas não sabiam, mas cada posição destacava-lhes uma característica. Dá para pintar uma pessoa de longe...
O ruído das crianças já era amigável atravessando os dias que nos habituavam às famílias, à família, que por ali andava, perto de casa, em casa.
O ruído das crianças já era amigável atravessando os dias que nos habituavam às famílias, à família, que por ali andava, perto de casa, em casa.
Ela ensinou-me a fazer café e a sentir saudades de alguém.
2 Teardrops:
Holidays without time. Without a place.
Bom quando o Mundo cabe num terraço e a Humanidade numa pessoa que connosco conversa.
Trouxeste-me o Verão.
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