É de uma envolvência tentadora não saber levar-te para longe tendo-te tão de perto. Não voes. Peço-te que hoje não voes. Que sejas grande, que caias, que raches, que aterres; que não seja precisa ao cargueiro (onde pretendo pernoitar) a chegada de uma carta com a minha licença de volta. Que não te seja preciso ouvir que me sobras tanto ainda.
Intolerância são noites de insónia, de não saber escrever o que se sente com a caneta a bocejar no mesmo T0 da motivação com problemas de amnésia.
É uma viagem, não é uma partida - e se for, tens uma volta sem ida incluída num passatempo que ganhei sem juízo. O regresso estará marcado nas ruas cheias da bica (faz-me falta a cafeína) ou nas luas cheias da poça onde te procurei em aguaceiros. Sem ofensa, é uma ida destemida.
Premeditarei uma sala, como aquelas antigas que representam o espaço aberto da alma de um (geralmente) pintor de nova york, onde a janela possa denunciar cada contorno teu - um assombro como luz de presença. Resumidamente, não sei não te ter pela costa dos murmúrios. Há quem chame envolvente.. se sou.