Saturday, August 4

Só nos livros o amor racha corações em relâmpago.
Há de haver sempre um, que corre tanto que acaba por provocar os ventos e congregar as nuvens que andam lá longe pelos continentes do mundo.

Num fim de tarde sesimbrense...
Espero-te, em sobressalto, com todas as velas da alma acesas, tremendo o vento quente de Agosto. Vejo-te mas não te conheço ainda, quero aproximar-me mas não sei que palavras inventar para te puxar para a minha vida: Não pode ser - tomar-me-ias, na melhor das hipóteses, por uma guia turística do género predadora. De forma que me limito a observar-te, quando desces do terraço. Antecipo a tua descida da estreita escada de caracol e penso: (... É um pensamento infantil.)

É uma fotografia banal, dessas que saem das máquinas em três minutos, quando é preciso renovar o passaporte. De vez em quando uma travagem brusca acorda-me a meio da noite, numa estação qualquer, e eu tiro a fotografia do bolço para olhar para ela antes de adormecer. É inútil. Nenhum dos seus traços transborda para os meus sonhos, uma senhora num sorriso de três minutos. O fumo do teu cigarro insinua-se lentamente no meu sono, pesado, persistente.
E adormeço no carro.

E, como de costume, digo-te que tenho um convite para uma soireé ao fim da tarde, e pergunto-te se, por acaso, não queres passar por lá.

1 Teardrops:

Anonymous Anonymous said...

"uma batalha constante a da perseverança (...) o mar nunca deixou de tentar conquistar a terra"

*

11:06 PM, August 09, 2007  

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