Novembro em roupão
Estou em vésperas de meditação e sem querer tropecei no teclado de um fenómeno bastante interessante: preciso de uma máquina de escrever, com pó, velha, e deixar o sombreado do portátil. O Computador é para navegar por outros mundos em janelinhas diferentes e distantes, muito distantes, umas das outras.
Também estabeleço comunicação perante parte do mundo que me interessa (ou quase toda, porque há muita que ainda não conheci) e vou escrevendo um ou outro olá saloio. Hoje vim aqui discretamente a pensar numas séries que tenho vindo a seguir há tempos, com a intenção de completar as suas três temporadas antes de Dezembro, meu mês. Tenho colocado epiódio a episódio como mensagem do meu dia-a-dia constante: tanto diurno como nocturno. Há contestações para com a série; há claro, mas esqueci essa "gente" e faço dela já um quase lema de vida com cada recado que me envia quando já leio "the end" desapercebida que cheguei ao fim.
Tenho vindo há tempos a adaptar-me a este modo de vida agarrado a mim. Não sei se de nascença, se de criança, se de fase de adolescente quase adulto criança; mas aprendi a lidar com ele (graças a umas ajudas próximas) e deixei de repente de dar importância ao aborrecimento constante de que era um dia sem ser eu no total. Se dava por isso? Não, não costumava dar. Fazia tudo para me sentir bem sem me aperceber de que o que estava mal era parte de mim que se queria soltar ainda sem eu saber. E uma vez soltei-me. Uma vez sem exemplo diguamos de passagem... mas foi espontâneo, no momento e, muito mas muito inesperadamente improvisado. A coisa berrou dentro de mim e mais uns queridos que me rodeavam e ficámos a saber-nos de cor.
E como os U2 escreveram para cantar bem alto perante meio milhão de pessoas egocêntricas: "the more you know, the less you feel".E isto estende-se perante mim bem claro. Vamos conhecendo e conseguindo aquilo que queremos e o resto deixa de interessar tanto. O resto do mundo chega por vezes a ser indiferente quanto à nossa faceta despercebida perante o amor ou aquele círculo que nos rodeia e por mais que saiamos, acabamos sempre por voltar devido ao hímen com que me agarras-te e mais uns a outros. Todos temos restolho.
Havemos de ter regressão e mesmo assim alguns, silêncio com a saudade... saudade da noite quente que me liberta o fulgor independente. Trespasso parte desta memória a outra ainda que não é minha bem aconchegada, conforto. E não, não é verão, é inverno, lisboa de luz calma com a imensidão humana, em paz para com o frio das ruas, dezembro a chegar e felicidade (fictícia, momentânea, dizem uns) como consolado da escuridão fugaz dos lugares mais restritos; os velhos ainda não morreram, continuam até bem aparecidos a vaguear nas escadas da cidade velha ou a redescobrir estradas nos caminhos que o autocarro ou o eléctrico amarelo os leva a crer; e o teu nome? Afinal também não foi enterrado num canteiro de erva. Ah não foi; em lugar algum. Enterrado? O teu nome? Impossível.
É um círculo fechado que me leva a ele: Numa folha branca sensível às palavras, num envelope fechado, num manuscrito quase acabado, num filme histórico sobre a Rússia antiga, num apelo dirigido a um conhecido, estranho ou chegado; Sou, és o centro do círculo afinal de contas. E por isso não vai ser enterrado o teu nome. Enterra-me antes a mim. E vais ver que vais acabar por fechar os olhos dsencadeando-me meio caminho a seguir pelos cantos do paredão que me leva às algas, a areia, ao mar, ao sal... a nós.
Desenterra-me.
- 13 de Novembro,
"clair de lune" --Debussy
"E pergunto-me onde está o problema?
Se estiver dentro do círculo,
eu próprio sou o seu problema,
e por isso ele rompe para que o deixe
e volte para ficar perfeito.
Mas não acredito em círculos perfeitos;
e volto sempre atrás,
para ter a ilusão de que posso
ser o centro do círculo,
antes de voltar a sair dele,
para uma vez mais me obrigar
a fechar o circulo". -N.J
Também estabeleço comunicação perante parte do mundo que me interessa (ou quase toda, porque há muita que ainda não conheci) e vou escrevendo um ou outro olá saloio. Hoje vim aqui discretamente a pensar numas séries que tenho vindo a seguir há tempos, com a intenção de completar as suas três temporadas antes de Dezembro, meu mês. Tenho colocado epiódio a episódio como mensagem do meu dia-a-dia constante: tanto diurno como nocturno. Há contestações para com a série; há claro, mas esqueci essa "gente" e faço dela já um quase lema de vida com cada recado que me envia quando já leio "the end" desapercebida que cheguei ao fim.
Tenho vindo há tempos a adaptar-me a este modo de vida agarrado a mim. Não sei se de nascença, se de criança, se de fase de adolescente quase adulto criança; mas aprendi a lidar com ele (graças a umas ajudas próximas) e deixei de repente de dar importância ao aborrecimento constante de que era um dia sem ser eu no total. Se dava por isso? Não, não costumava dar. Fazia tudo para me sentir bem sem me aperceber de que o que estava mal era parte de mim que se queria soltar ainda sem eu saber. E uma vez soltei-me. Uma vez sem exemplo diguamos de passagem... mas foi espontâneo, no momento e, muito mas muito inesperadamente improvisado. A coisa berrou dentro de mim e mais uns queridos que me rodeavam e ficámos a saber-nos de cor.
E como os U2 escreveram para cantar bem alto perante meio milhão de pessoas egocêntricas: "the more you know, the less you feel".E isto estende-se perante mim bem claro. Vamos conhecendo e conseguindo aquilo que queremos e o resto deixa de interessar tanto. O resto do mundo chega por vezes a ser indiferente quanto à nossa faceta despercebida perante o amor ou aquele círculo que nos rodeia e por mais que saiamos, acabamos sempre por voltar devido ao hímen com que me agarras-te e mais uns a outros. Todos temos restolho.
Havemos de ter regressão e mesmo assim alguns, silêncio com a saudade... saudade da noite quente que me liberta o fulgor independente. Trespasso parte desta memória a outra ainda que não é minha bem aconchegada, conforto. E não, não é verão, é inverno, lisboa de luz calma com a imensidão humana, em paz para com o frio das ruas, dezembro a chegar e felicidade (fictícia, momentânea, dizem uns) como consolado da escuridão fugaz dos lugares mais restritos; os velhos ainda não morreram, continuam até bem aparecidos a vaguear nas escadas da cidade velha ou a redescobrir estradas nos caminhos que o autocarro ou o eléctrico amarelo os leva a crer; e o teu nome? Afinal também não foi enterrado num canteiro de erva. Ah não foi; em lugar algum. Enterrado? O teu nome? Impossível.
É um círculo fechado que me leva a ele: Numa folha branca sensível às palavras, num envelope fechado, num manuscrito quase acabado, num filme histórico sobre a Rússia antiga, num apelo dirigido a um conhecido, estranho ou chegado; Sou, és o centro do círculo afinal de contas. E por isso não vai ser enterrado o teu nome. Enterra-me antes a mim. E vais ver que vais acabar por fechar os olhos dsencadeando-me meio caminho a seguir pelos cantos do paredão que me leva às algas, a areia, ao mar, ao sal... a nós.
Desenterra-me.
- 13 de Novembro,
"clair de lune" --Debussy
"E pergunto-me onde está o problema?
Se estiver dentro do círculo,
eu próprio sou o seu problema,
e por isso ele rompe para que o deixe
e volte para ficar perfeito.
Mas não acredito em círculos perfeitos;
e volto sempre atrás,
para ter a ilusão de que posso
ser o centro do círculo,
antes de voltar a sair dele,
para uma vez mais me obrigar
a fechar o circulo". -N.J
2 Teardrops:
Para escrever nada melhor do que uma velha máquina de escrever - as palavras brotam mais facilmente e faz-se literatura!
Gosto do teu espírito independente! Se gostas de algo pouco te interessa que haja contestações - é assim mesmo!
Soltaste-te! Ainda bem. O facto de te conheceres melhor a ti mesma, ajuda a percorrer o caminho da vida.
Gosto do último parágrafo deste teu post - pura prosa poética: "havemos de ter regressão...e o teu nome?..."
Muito bonito!
E depois o "Clair de Lune" de Debussy. Gabo-te o bom gosto!!!
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