"Les amoureux sont seuls au monde..."
- Dizia há anos uma cançoneta sentimental francesa. Activos ou inactivos, a falarem ou em silêncio, no canto do café do bairro novo, no carro parado na estrada em obras, no meio da multidão, no vestíbulo do cinema enquanto lá fora chove, na livraria, os apaixonados emitem uma mensagem, não emitem, irradiam; uma das mais poderosas e unilaterais mensagens a que ficamos cativos, sensíveis: deixam-nos em paz. E nós, deixamo-los em paz. A comunicação e a interacção realiza-se.
"Les amoureux sont seuls au monde..."
Nos recantos da cidade que já perdeu o nome perante a importância do que acontece entre os dois, nas tavernas, nas praças, últimos hereges da civilização irremissível, dia e agora noite a dentro, nós interrogados interrogando, mãos, olhos, almas, ventres, antropologia das distâncias, abolindo o festejo da selecção.
Primeiro há que parar para pensar. Com este desassossego de festejo a concentração afasta-se. Mas ainda quero falar. Pronunciar a pronuncia das mãos unidas.
Para entender, para reconhecer, para imaginar?
Li, a dois (imaginário) algures em Itália (destino ao Mediterraneo ainda imaginário) na página 83 de Garzanti, a frase Nell' innamoramento noi riorganizziamo attorno alla persona amata tutti i nostri affecti precedenti, il nostro lavoro, tutta la nostra vita. Fechei o livro e fui buscar o mapa de Itália.
Viajei um pouco e depois nós ambos nos instalámos perto do lago tépido, já sabes; que estes instantes perdurem... Verweille doch, du bist so schon... Fausto. Fausto? Goethe. Já não estou em Itália. Neve. Alemanha. Perdi a cabeça no meu imaginário. Que doçura de receber as ternas atenções enamorada de ti beleza. Abençoada a dor, diria Stendhal. Stendhal... A viagem continua.
O movimento separa quem estava unido e une quem estava separado.
Parabéns Portugal, mais uma vez.
"Les amoureux sont seuls au monde..."
Nos recantos da cidade que já perdeu o nome perante a importância do que acontece entre os dois, nas tavernas, nas praças, últimos hereges da civilização irremissível, dia e agora noite a dentro, nós interrogados interrogando, mãos, olhos, almas, ventres, antropologia das distâncias, abolindo o festejo da selecção.
Primeiro há que parar para pensar. Com este desassossego de festejo a concentração afasta-se. Mas ainda quero falar. Pronunciar a pronuncia das mãos unidas.
Para entender, para reconhecer, para imaginar?
Li, a dois (imaginário) algures em Itália (destino ao Mediterraneo ainda imaginário) na página 83 de Garzanti, a frase Nell' innamoramento noi riorganizziamo attorno alla persona amata tutti i nostri affecti precedenti, il nostro lavoro, tutta la nostra vita. Fechei o livro e fui buscar o mapa de Itália.
Viajei um pouco e depois nós ambos nos instalámos perto do lago tépido, já sabes; que estes instantes perdurem... Verweille doch, du bist so schon... Fausto. Fausto? Goethe. Já não estou em Itália. Neve. Alemanha. Perdi a cabeça no meu imaginário. Que doçura de receber as ternas atenções enamorada de ti beleza. Abençoada a dor, diria Stendhal. Stendhal... A viagem continua.
O movimento separa quem estava unido e une quem estava separado.
Parabéns Portugal, mais uma vez.
3 Teardrops:
a viagem continua...e que viagem...
Vim deixar-te um carinho e agradecer a visita...
Kisses e tudo de bom
Bravo! A minha neta está muito erudita: três línguas diferentes neste teu post, dois escritores fabulosos que citas - Goethe e Flaubert. Muito bem, Catarina. Como é bom dominar várias línguas. Continuas a escrever muito bem, esta descrição do alheamento dos "amoureux" no meio da multidão está óptima. Gostei muito do penúltimo parágrafo: ... o movimento, etc. Continua sempre.
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