Inesperadamente

Arrasas.
Nem te passa o tempo que levaste comigo e agora assim, de repente abanas me com uma pancada tão estranha. Tão estranha de ver, tão simples de aceitar, tão dificil de lembrar. Seja o que for, foi. Ainda estou de regresso. Abanaste me pra "carambra". Temos vindo a aperfeicoar tão bem a nossa união, aquela amizade tão diferente e antiga que raramente se tem e depois assim, de um dia para o outro, tornas-te mistério e eu mal me lembro de te conhecer realmente. Eras mesmo tu? agora pergunto-me. Eu acho que eras. Que ainda és. Mas que sobretudo eras e és com uma agonia de não saber viver o diferente da aceitação dos outros olhos que nos veslumbram tão de perto... tão de longe... E de não saber lidar com aqueles que amamos à nossa volta, de não saber realçar o verídico, que tudo isto é perfeitamente normal mas que nem a toda a gente acontece mas que na verdade ainda somos nós mas em sintonia com o mundo. Aquele mundo aparte, sem solidão, sem tristeza. Aquele mundo vazio, sem que ninguém consiga desmanchar um sorriso.