Thursday, March 9

Irrequieta tão sossegadamente

Relatos. Visionamentos. Vejo-te. Vês-me. Desapareces. Desconcentro-me. Desconcentras-te com a tua concentração. Desapareci. Deixas de me ver. E eu ainda te vejo. Passos. Continuo andar. Espectativas. Páro para pensar. Andas por ai. Sem deixar rasto. As espectativas acabam. Deixo de pensar. O autocarro arranca. Integro-me na música. Deixo-me ir. Esperas. Ausentaste. Deixas-te ficar. Retorno ao passeio. Dou início ao movimento. Tenho uma direcção. Fora de ti. Ainda nas escadas a meio do tempo. Sem direcção. A viagem torna a tornar. Ligo o som. Vou em direcção à imagem do fim do dia. Da chegada da noite. Caminho a imaginação em passos de cegueira. Também viajas. Talvêz também ligues o som. Mas vais em direcção ao fim da noite. À chegada do dia. Invisível. Sê visível. Torna-te visível. Dormes no teu mundo. Continuo a ensaiar a imagem. Visível. Torno-me invísivel. Os dias são cheios. As noites agudas. Sem parecer. Lembraste. Lembrar. Lembras-te. Lembrança de mim. Desperdiço o meu ego. Lembro-te. Recordações. À volta da memória. Que vão ser das lágrimas mortas que custam a engolir.

2 Teardrops:

Anonymous Anonymous said...

Muito nostálgico este teu post: presença, não presença. Uma ausência constante. Gostei especialmente da frase final - quantas "lágrimas mortas me custaram a engolir"! Um beijo

7:12 PM, March 11, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Reli este teu post, porque gosto imenso dele. Jogas com as palavras:"lembraste, lembrar, lembras-te, lembrança de mim", o que acho que resulta muito bem. É uma prosa muito rica e bonita.

4:19 AM, March 23, 2006  

Post a Comment

<< Home