Embalo
Será que tudo isto é mais de mais; o sono que dizem ser da soma de todas as desilusões? Tudo isto se tornára a síntese de todas as desesperanças? Ou de ainda haver mundo comigo cá dentro? ...Sem que tivesse contribuido nada para isso. Não estou a pensar em nada. Mas em mesmo nada. Diz-se por ai que o abatimento tem ao menos sossego... que a rendição (a rendição, que gesto meu Deus) é o fim do esforço, e que o fim é ao menos o já não ter que esperar. E eu fico-me ainda parva na ideia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã. Ou talvêz já não; Já terei ficado, como dantes. Agora já não. Espero que o amanhã volte a ser o hoje dantes.
Que é feito daquele momento de não haver responsabilidades nenhumas, de não ter personalidade própriamente, mas sentir-me ali, feliz com o que me faz viver?
Comeco a sofrer e a notar já alguma inquietação de saudade daquele embalo preciso de viver as coisas pelo lado das sensações e não das responsabilidades.
E vou questionando dentro ou fora de mim.:
- Perderei para sempre os afectos que tive, e até os afectos que pensei ter?
- Se alguma coisa foi, porque é que não é?
- Ser não é ser?
Sim, admito-o. Anseio por esse momento sem impaciência nenhuma. Na minha vida, mas tarde eu sei. Anseio-o, como por outros momentos em que não tive importância nenhuma, e que compreendi todo o sentido de uma existência a dois sem inteligência para os compreender. E havia luar, mar e solidão. Eu anseio-te.
Viro indiferente a cabeça para a direita, por sobre a mão que me segura e, que ainda te sente. Olho pela janela embaciada:
A pessoa lá de fora está defronte; debruça-se com os olhos à procura de alguém. - De quem? Pergunta a minha indiferença.
E ainda assim, anseio-te.
Os antigos invocam as Musas.
Nós invocamo-nos a nós mesmos,
Não sei se as musas apareciam.
Seria sem dúvida conforme o invocado e a invocação.
Mas sei que nós não aparecemos
Quantas vezes me tenho debruçado
...para ouvir um eco,
e não tenho ouvido mais que o visto.
Nenhum eco para mim...
Só vagamente uma cara.
É uma coisa quási invísivel,
Excepto como luminosamente vejo
lá no fundo...
No silêncio e na luz falsa do fundo...
Que Musa!...
- P. genious
Que é feito daquele momento de não haver responsabilidades nenhumas, de não ter personalidade própriamente, mas sentir-me ali, feliz com o que me faz viver?
Comeco a sofrer e a notar já alguma inquietação de saudade daquele embalo preciso de viver as coisas pelo lado das sensações e não das responsabilidades.
E vou questionando dentro ou fora de mim.:
- Perderei para sempre os afectos que tive, e até os afectos que pensei ter?
- Se alguma coisa foi, porque é que não é?
- Ser não é ser?
Sim, admito-o. Anseio por esse momento sem impaciência nenhuma. Na minha vida, mas tarde eu sei. Anseio-o, como por outros momentos em que não tive importância nenhuma, e que compreendi todo o sentido de uma existência a dois sem inteligência para os compreender. E havia luar, mar e solidão. Eu anseio-te.
Viro indiferente a cabeça para a direita, por sobre a mão que me segura e, que ainda te sente. Olho pela janela embaciada:
A pessoa lá de fora está defronte; debruça-se com os olhos à procura de alguém. - De quem? Pergunta a minha indiferença.
E ainda assim, anseio-te.
Os antigos invocam as Musas.
Nós invocamo-nos a nós mesmos,
Não sei se as musas apareciam.
Seria sem dúvida conforme o invocado e a invocação.
Mas sei que nós não aparecemos
Quantas vezes me tenho debruçado
...para ouvir um eco,
e não tenho ouvido mais que o visto.
Nenhum eco para mim...
Só vagamente uma cara.
É uma coisa quási invísivel,
Excepto como luminosamente vejo
lá no fundo...
No silêncio e na luz falsa do fundo...
Que Musa!...
- P. genious
5 Teardrops:
Que dizer deste teu "Embalo"? É tão rico! Contem tanta coisa: desde a nostalgia por uma infância despreocupada, até à adolescência e o começo dos "worries", do sofrimento! Saudades de ser embalada, que bom! Nostalgia do passado, procurar e alcançar o sonho no presente. Muito bonito o teu post. Obrigada!
E, claro, não deixei de apreciar o que citaste do nosso querido "génio"!
«E eu fico-me ainda parva na ideia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã»
És genial. Adoro-te.
eu venho cá. so nao te tenho nos links porque ainda nao tive paciencia para publicar o blog inteiro com o novo link. estou à espera de juntar alguns blogs para acrescentar aos links. mas estás nos favoritos. até ao próximo post.
Vim cá a primeira vez hoje... Dei uma vista de olhos pelas palavras e gostei...
E também eu não sou ninguém, mas "à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"...
um abraço
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