The Truest Test is When We Cannot See
Como é que alguém pode ser morto no alvorecer da vida?
- E ouçam! Pois eu sou tal. Não me confundam, sobretudo! - como diria Nietzsche.
É fácil. Ao ser alvo da inquietação ingénua do nosso sorriso ao retribuinte
que, no entanto confrontamos ainda sem saber.
É assim tão dificil diferenciar a não distinção do "verdadeiro mundo" e o "mundo aparente" porra?
Ou da verdadeira pessoa da pessoa aparente...
A mentira do ideal foi até agora a maldição sobre a realidade, com ela a própria humanidade
se tornou, até nos seus mais profundos instintos, mentirosa e falsa - até chegar à adoração
dos valores inversos àqueles com os quais não "estávamos" supostamente a contar (digo eu).
Mas com que tranquilidade estão todas as coisas à luz?
Com que liberdade se respira? Quando nos sentimos bem abaixo de nós...?
- E eu sabia. Sei; Ele não somente fala de outro modo, como é também de outro modo.
Como não haveria eu de estar grata a minha vida inteira?
- E eu chamo vida inteira, não só tendo 18 anos, como te dei tudo e nada de mais
pudesse dar... por enquanto. Falhei. Estou a falhar. Eu sei.
Ainda vivo e envelheço a pensar no erro que hei-de cometer quando permitir que
aquele mortal sem sombra dê o primeiro passo em direcção ao chocar dos vossos olhares
numa gota de fogo sem chama. E não digas que não. Não te contaries.
Ou melhor, não contraries os teus sentimentos, porque eu já vivi.
E digo-te uma coisa.: Os sentimentos não são de ferro; Nem tu, nem eles.
Doença da incredibilidade do seu ser, puro fanático da expressão... Os meus pensamentos
abundam circunstancialmente alternando-se com epigramas que pouca margem
deixam à confissão íntima.
Tinhas morrido em meros momentos, diga-se de passagem, e quando eu já te
estava a começar a esquecer, tu apareceste julgando que podias moldar o mundo.
Porreiro. É tão tipico... O entrar, preencher, fazer parte da vida de alguém, tão doloroso;
E o sair, o deitar fora, o desperdiçar de um estilhaço de remorso atrasado que por puros
momentos do passado não tivesse passado de uma discussão e que hoje em dia,
neste momento precisamente, é um inicio do adeus. Mas esse atraso não se recupera. -
E podes crer que sim.
Que a verdade, a ùnica via dessa transformação foste tu meu amor.
Os acontecimentos agem decisivamente. E, no entanto, nenhuma influência rastejante
atravessou o meu caminho. Nem sequer o aliciante astro dos céus, ou o vento do Norte me tocou.
E tu, meu bem mais precioso...
Tentando permanecer fiel à expressão livre, ao decalque da personalidade dominante ou à
inspiração deliberadamente provocada por alguns - como as modas importadas lá de fora -
Não o conseguiste distinguir essencialmente dos seus companheiros.
Eu gostava de ter a certeza que o "gostar" é um para sempre sem formulários,
e não uma coisa passageira. Não do meu ponto de vista, porque eu gosto sempre
- embora seja difícil - Mas nos outros, porque é que mudam constantemente
de sensibilidades e revelam mudança depois de um certo tempo confiado por alguém?
Em nenhum outro lugar se tem esta paixão em questões, da forma desta seriedade.
Meras imaginações; mentiras provenientes dos piores instintos da natureza, doentes
perniciosos no sentido mais profundo... Tu deste-lhe a volta. E ela ainda não sabe.
A ingénua... Pobre criança, alvo do sem querer gesto irónico da vida.
Logo agora, que tudo era perfeito.
Falta em mim qualquer traço doentio - juro-vos; mesmo nos tempos da mais grave
doença, nunca me tornei doentia; Só agora, com tais especulações que até podem
vir a ser falsas... Mas a vida tornou-se mais leve para mim. levíssima, quando
reclamava de mim o mais pesado. De mim, de ti.
E olha, já que chegaste até aqui, aprende com o Mestre Pessoa, com o tão sábio
Alberto Caeiro.:
(...)
"O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar
Saber ver quando se vê
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa."
(...)
Chamam-lhes pessimistas quando o trágico supera qualquer outro tipo de contentamento.
Quantas vezes passeamos pelo som da cantiga que nos soa ao ouvido ou lembramos
de lembrar e ficamos à espera de uma justificação final para aquele desfecho em palavras
tão sábias; Já depois de ter ouvido outras 3 vezes a mesma música sem que se tratasse
de música ambiente.
Por exemplo, aquelas últimas 7 palavras escritas por Joni Mitchell quando finaliza o tão
doce e fascinante "Both Sides Now" acompanhado pela orquestra, citando.: "I really
don't know life at all"; ou aquele início originalmente soado pelos violinos que dão
entrada à tão certa melodia que os "Verve" recitam no meio de uma rua amável pelo
cheiro incondicional da honestidade humana.: "I can't change".
Tudo isto é um pedaço transbordante fresco de serenidade.
A minha fórmula para a grandeza do homem é não querer nada de outro, nem para diante,
nem para trás, nem em toda a eternidade. Não apenas suportar o necessário, e menos
ainda dissimulá-lo - todo o idealismo é uma mendicidade diante do necessário -,
mas amá-lo...
Não quero ser confundida - isso implica que eu própria não me confunda.
- Vão-me perguntar porque é que, propriamente, contei todas estas coisas pequenas e,
ao juizo tradicional, indiferentes: com isso prejudico-me a mim mesma.
Resposta.: Essas pequenas coisas - amar, julgar ser amado, desejo, inexperiência,
decisão, lealdade, clima, lugar e eternidade - são, para além de todos os conceitos
mais importantes do que tudo a que se deu importância até agora.
Aqui precisamente é preciso começar a reaprender.
- E por isso me conto minha vida.
- E ouçam! Pois eu sou tal. Não me confundam, sobretudo! - como diria Nietzsche.
É fácil. Ao ser alvo da inquietação ingénua do nosso sorriso ao retribuinte
que, no entanto confrontamos ainda sem saber.
É assim tão dificil diferenciar a não distinção do "verdadeiro mundo" e o "mundo aparente" porra?
Ou da verdadeira pessoa da pessoa aparente...
A mentira do ideal foi até agora a maldição sobre a realidade, com ela a própria humanidade
se tornou, até nos seus mais profundos instintos, mentirosa e falsa - até chegar à adoração
dos valores inversos àqueles com os quais não "estávamos" supostamente a contar (digo eu).
Mas com que tranquilidade estão todas as coisas à luz?
Com que liberdade se respira? Quando nos sentimos bem abaixo de nós...?
- E eu sabia. Sei; Ele não somente fala de outro modo, como é também de outro modo.
Como não haveria eu de estar grata a minha vida inteira?
- E eu chamo vida inteira, não só tendo 18 anos, como te dei tudo e nada de mais
pudesse dar... por enquanto. Falhei. Estou a falhar. Eu sei.
Ainda vivo e envelheço a pensar no erro que hei-de cometer quando permitir que
aquele mortal sem sombra dê o primeiro passo em direcção ao chocar dos vossos olhares
numa gota de fogo sem chama. E não digas que não. Não te contaries.
Ou melhor, não contraries os teus sentimentos, porque eu já vivi.
E digo-te uma coisa.: Os sentimentos não são de ferro; Nem tu, nem eles.
Doença da incredibilidade do seu ser, puro fanático da expressão... Os meus pensamentos
abundam circunstancialmente alternando-se com epigramas que pouca margem
deixam à confissão íntima.
Tinhas morrido em meros momentos, diga-se de passagem, e quando eu já te
estava a começar a esquecer, tu apareceste julgando que podias moldar o mundo.
Porreiro. É tão tipico... O entrar, preencher, fazer parte da vida de alguém, tão doloroso;
E o sair, o deitar fora, o desperdiçar de um estilhaço de remorso atrasado que por puros
momentos do passado não tivesse passado de uma discussão e que hoje em dia,
neste momento precisamente, é um inicio do adeus. Mas esse atraso não se recupera. -
E podes crer que sim.
Que a verdade, a ùnica via dessa transformação foste tu meu amor.
Os acontecimentos agem decisivamente. E, no entanto, nenhuma influência rastejante
atravessou o meu caminho. Nem sequer o aliciante astro dos céus, ou o vento do Norte me tocou.
E tu, meu bem mais precioso...
Tentando permanecer fiel à expressão livre, ao decalque da personalidade dominante ou à
inspiração deliberadamente provocada por alguns - como as modas importadas lá de fora -
Não o conseguiste distinguir essencialmente dos seus companheiros.
Eu gostava de ter a certeza que o "gostar" é um para sempre sem formulários,
e não uma coisa passageira. Não do meu ponto de vista, porque eu gosto sempre
- embora seja difícil - Mas nos outros, porque é que mudam constantemente
de sensibilidades e revelam mudança depois de um certo tempo confiado por alguém?
Em nenhum outro lugar se tem esta paixão em questões, da forma desta seriedade.
Meras imaginações; mentiras provenientes dos piores instintos da natureza, doentes
perniciosos no sentido mais profundo... Tu deste-lhe a volta. E ela ainda não sabe.
A ingénua... Pobre criança, alvo do sem querer gesto irónico da vida.
Logo agora, que tudo era perfeito.
Falta em mim qualquer traço doentio - juro-vos; mesmo nos tempos da mais grave
doença, nunca me tornei doentia; Só agora, com tais especulações que até podem
vir a ser falsas... Mas a vida tornou-se mais leve para mim. levíssima, quando
reclamava de mim o mais pesado. De mim, de ti.
E olha, já que chegaste até aqui, aprende com o Mestre Pessoa, com o tão sábio
Alberto Caeiro.:
(...)
"O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar
Saber ver quando se vê
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa."
(...)
Chamam-lhes pessimistas quando o trágico supera qualquer outro tipo de contentamento.
Quantas vezes passeamos pelo som da cantiga que nos soa ao ouvido ou lembramos
de lembrar e ficamos à espera de uma justificação final para aquele desfecho em palavras
tão sábias; Já depois de ter ouvido outras 3 vezes a mesma música sem que se tratasse
de música ambiente.
Por exemplo, aquelas últimas 7 palavras escritas por Joni Mitchell quando finaliza o tão
doce e fascinante "Both Sides Now" acompanhado pela orquestra, citando.: "I really
don't know life at all"; ou aquele início originalmente soado pelos violinos que dão
entrada à tão certa melodia que os "Verve" recitam no meio de uma rua amável pelo
cheiro incondicional da honestidade humana.: "I can't change".
Tudo isto é um pedaço transbordante fresco de serenidade.
A minha fórmula para a grandeza do homem é não querer nada de outro, nem para diante,
nem para trás, nem em toda a eternidade. Não apenas suportar o necessário, e menos
ainda dissimulá-lo - todo o idealismo é uma mendicidade diante do necessário -,
mas amá-lo...
Não quero ser confundida - isso implica que eu própria não me confunda.
- Vão-me perguntar porque é que, propriamente, contei todas estas coisas pequenas e,
ao juizo tradicional, indiferentes: com isso prejudico-me a mim mesma.
Resposta.: Essas pequenas coisas - amar, julgar ser amado, desejo, inexperiência,
decisão, lealdade, clima, lugar e eternidade - são, para além de todos os conceitos
mais importantes do que tudo a que se deu importância até agora.
Aqui precisamente é preciso começar a reaprender.
- E por isso me conto minha vida.
4 Teardrops:
Escrita bastante hermética. De difícil penetração. Mas assim que se entra, muito bonita, mesmo. Gostei mesmo do texto (apesar da quantidade de mensagens que só algumas pessoas mais próximas o consieguirão decifrar). Escreves, simultaneamente com simplicidade e complexidade (não sei como, mas gostava de saber).
Gostei.
Tenho que reler. Não percebi... Talvez não deva...
E deixei propositadamente para o fim o site do teu blog que eu considero ser dos melhores que tens escrito.
Ajudaste-me a perceber muito do que lá está escrito, pois quando o li pela primeira vez, muita coisa ficou obscura - foi preciso conversar contigo sobre ele para o entender no seu todo Eu queria percebê-lo na sua totalidade, pois acho belíssimas as ideias lá expressas, só para citar duas delas: "estava a começas a esquecer, e tu apareceste julgando que podias moldar o mundo... É tão típico". Que grande verdade, Catarina! E: "a minha fórmula para a grandeza do homem é não querer nada do outro..." Lindo! A isso se chama saber gostar. E, finalmente, a frase com que acabas "E por isso me conto minha vida", não falando no verso que citaste do nosso amigo Pessoa. Um beijo e muitos parabéns. É do melhor que escreveste. Claro, em minha opinião...
Beijos avó
striky... a atirar para o pesadão...
há, de facto, muitos aspectos que não dá para perceber sem estar contigo, sem explicações - por muito calma q a minha leitura tenha sido, às duas da manhã e com música muito calma de fundo.. q incluía os Verve, how ironic - mas, se todas as tuas ondas psicadélicas forem assim, entra em quantas puderes para eu poder surfar em textos assim.
lindo, kiddow. really.
parece que entraste uma dimensão paralela ao escrevê-lo (sendo que paralelo é um plano que só no infinito toca outro... um infinito assim tão distante?). valeu a pena, a trip.
muitas coisas, q essa cabeça a anda a matutar...
espero vir a ouvi-las, num futuro próximo.
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