À Noite logo se vê...
"Do tropel das paixões, que me arrastava; Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu sonhava em mim quase imortal a essência humana" dizia Bocage no seu Arrependimento de últimos dias.
Que quando chegava a noite a escuridão já era cega, a dor dolorosa e a saudade arrebatadora; mas agora chega a noite e o manto negro modifica a nossa visão sobre o luar. Não tem aquela perfeição dita na física aristotélica, mas no entanto não se transformou, mas tranformou a nossa visão sobre a lua.
E demorados viu nossos olhos juntos no segredo que em silêncio dissemos separados. Houve uma distinção necessária entre o sujeito e o objecto, entre nós e a noite.
Agora que sabemos quem nós somos e aprendemos a ouvir nossa alma. A saudade não pode saber como as coisas são em si mas, ouvir o manto branco da noite render-se ao espírito frágil da visão dualista acompanhada pela mente sobreposta à angústia de ter consciência, que já não podes viver sozinho(a) na escuridão. Ganhe um momento o que perderam anos, saiba morrer o que viver não soube.
"Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, Ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!"
Florbela Espanca
Ps.: Parabéns Carolina ( aka Shereka ), pelos 18 anos, pela amiga que és, pela tua determinada visão das coisas que me manipulou do solitário e maldito de quem já não acreditava ser.
Que quando chegava a noite a escuridão já era cega, a dor dolorosa e a saudade arrebatadora; mas agora chega a noite e o manto negro modifica a nossa visão sobre o luar. Não tem aquela perfeição dita na física aristotélica, mas no entanto não se transformou, mas tranformou a nossa visão sobre a lua.
E demorados viu nossos olhos juntos no segredo que em silêncio dissemos separados. Houve uma distinção necessária entre o sujeito e o objecto, entre nós e a noite.
Agora que sabemos quem nós somos e aprendemos a ouvir nossa alma. A saudade não pode saber como as coisas são em si mas, ouvir o manto branco da noite render-se ao espírito frágil da visão dualista acompanhada pela mente sobreposta à angústia de ter consciência, que já não podes viver sozinho(a) na escuridão. Ganhe um momento o que perderam anos, saiba morrer o que viver não soube.
"Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, Ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!"
Florbela Espanca
Ps.: Parabéns Carolina ( aka Shereka ), pelos 18 anos, pela amiga que és, pela tua determinada visão das coisas que me manipulou do solitário e maldito de quem já não acreditava ser.
posted by Catharina at 11:14 PM
3 Teardrops:
Gostei muito deste blog! Citas dois poetas que me são queridos: Barbosa du Bocage (curiosamente nasci na rua com o seu nome...) que, infelizmente é mais conhecido pelo seu lado popularucho e não pela sua bela poesia, e a minha querida Florbela Espanca. Também tu estabeleces um paralelo entre noite/saudade. É muitas vezes na escuridão que a saudade se torna mais intensa.Gostei muito. Um beijo avó
"Ganhe um momento o que perderam anos, saiba morrer o que viver não soube."
Ouve, perfeito! Saber morrer e não insistir numa vivência sofrida é o que precisamos. Não morrer literalmente, mas figurativemnete, claro.
Vim ansiosamente abrir o teu blog à procura dum novo escrito teu, que sempre me delicia. What a disappointment! Espero que ainda escrevas antes do fim de semana, para minha satisfação! Um beijo avó
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