Saturday, December 27

thoughts

Hoje penso demasiado. Tenho tentado evitar pensar na distância que irá tomar conta de ti por algum tempo, mas há bocado, serena e em silêncio, aquilo que tomou conta de mim foi a ideia de não te ter de perto. À minha espera, depois de um dia cansado de Direito, ou sempre pronta a passear comigo, por mais pequeno que seja o passeio, o caminho. Onde nos leva?
E os teus olhos? Esse teu olhar que esbanja ternura, cuja compreensao é dificil para quem não conhece. Os teus olhos meigos sobre mim, onde vão estar? As nossas noites... As de cinema, as de loucura, as de discussão, as de amor... Vou quere-las sempre que não as puder ter. Entre palavras e cheiros, entre diamonds e davidoff, vou sussurrar ao teu ouvido que te quero comigo, mesmo não estando tu na minha cama, perto. A minha cama, que sempre tem um lugar reservado para ti (não fossem as duas almofadas e o espaço extra). Entretanto, e à medida que te escrevo, sinto um aperto, uma falta, sinto o medo... porque a ausência não demora. Prendi-me demasiado a ti, desde o início que o noto. És muito mais do que a pessoa com quem estou, és a minha cumplicidade. A minha eterna companhia. "To think I might not see those eyes makes it so hard not to cry..". Pondo de fora a minha típica instabilidade, não tenho medo de outras pessoas, sabes? O que me consome é o saber que vou morrer de saudades, que não vou conseguir acompanhar o teu dia-a-dia e poder contar com um beijo teu ao por do sol. Mais ninguém compreende quando te transformas em elástico, ou quando fazes aquelas expressoes que eu adoro... Ou simplesmente quando te lembras de mim ao fazer um cigarro, ao comprares uma pastilha (e compras/fazes sempre um extra). Ou quando me abraças daquela forma tão tua, de impossivel transmissão por palavras. Meu deus, que saudades das nossas noites, das nossas primeiras noites, em que não conhecia o teu corpo, nem as tuas expressoes. Apenas a luz de uma vela ou da própria noite os iluminavam. Não falavas muito, mas sempre mais do que eu. Sempre gostaste de me olhar nos olhos quando a intimidade era maior do que tudo o resto.
Tornaste-te na pessoa que melhor me conhece, na pessoa com quem pensei pela primeira vez na minha vida formar uma vida, fazer planos, passar dias e noites inteiros. Tu sentes-me, até nas piores alturas, naquelas em que tens receio do que se possa passar na minha cabeça. Sabes que estou sempre a refilar pelas maiores parvoíces, por comparações e afins, por eventual perda de contacto, mas, ao pensar claramente, apercebo-me de que só deixo sair da minha vida o que me é efémero, meramente acessório e que a grande importância que dou a muito poucas pessoas, fica. Posso, com toda a certeza, dizer que foste a pessoa que mais me mudou, que conseguiu quebrar a natureza gélida inerente a alguem normal. Sendo assim, sei (e poria a minha mão no fogo por isso) que nunca me hei-de separar de ti, que tu construíste comigo o que mais ninguém construiu e que toda a distância que houver é superável com a saudade suspirada pelo anseio da companhia...;
Só tenho um único pedido a fazer: permitirmo-nos voltar a 10 de Agosto para que te possa olhar pela primeira vez na minha vida, e seguidamente, avançarmos para dia 3 de Setembro (o melhor mês do ano) para que te possa beijar sem ainda te conhecer como conheco, para descobrir o passado que me contas e, sobretudo, saber que eu irei fazer parte do (teu) futuro.
Acima de tudo, valeremos sempre a pena.

Beijo-te (para) sempre..
Marta

Friday, December 26

ressacar no ribatejo ou ressacar do ribatejo?

Thursday, December 25

Porque é que insistem nas tradições quando estas tendem chegar a um fim? Não gosto de me afeiçoar ao impossivel.

Interiores com mais de uma divisão são sinónimo de confusão; requer espirito e tolerância com os maiores, partilha e atenção aos mais pequenos. Um copo de tinto tingido pela lareira por favor.
Quero o meu silêncio.

Wednesday, December 24

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

(...)

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"

José Régio -

(o cântico negro da consoada, à mesa com o meu avô)

Una notte a Napoli

Tristemente tutto deve finire
tutto?

Monday, December 15

apetece-me gritar e descubro que nenhuma palavra é nossa, todas nos são emprestadas, talvez por alguém, ou por quem não sei, talvez as palavras andem por aí, e escolhem esta boca, a minha, para que alguém as ouça, talvez eu seja um lugar onde as palavras se tornam som, e não seja mais do que isso, talvez as pessoas vivam para que as palavras não morram, talvez a alma seja uma palavra que nos acolhe, quem sabe?

Thursday, December 11

a acenar da janela
- o hábito, o gesto, a palavra -
recuo em contemplações, um repositório de luas cheias.

Monday, December 8

Não fales... Aconteces demasiado.